sábado, 1 de dezembro de 2007

Colcha De Algodão

Composição: Jorge Aragão e Nelson Rufino

A saudade bateu no coração
naveguei na corrente da recordação
uma louca vontade de recomeçar
remendar nossa colcha de algodão
pra aquecer nosso amor
pra nos tirar do frio da solidão

Só agora infelizmente analisei
sua importância pro meu mundo
quanta falta você faz pro meu viver
porque
um meio haverá de ter
de não sofrer
um jeito de não ficar
sempre a sonhar
se o fim justifica o meio
você pode perdoar
um meio haverá de ter
de não sofrer
um jeito de não ficar
sempre a sonhar
se o fim justifica o meio
você pode perdoar
A saudade....

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim


Caetano Veloso

Composição: Rossini Pinto

De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar eu só vou gostar
De quem gosta de mim

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
Tem um amor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero ficar
Chorando até o fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil, eu bem sei
Eu já procurei, não encontrei meu bem
A vida é assim, eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Atitude


Composição: Djavan

Por você de tudo farei
Te quero demais
Você sabe
Tudo, tudo é atitude
Até o mar que é a vida do pescador
Esse mar eu te dou
Diga o que é que eu sou pra você
Se sou pouco ou nada
Não me diga nada
Magoar pra quê?
Até porque eu
Não saberei viver sem você
Longe de ti, dias sem céu
A refletir nos olhos meus
Casas sem cor, nenhum lugar
Que eu queira ir ou passar
Se você não está ali
Pra me abalar
Com sua doce visão
As mãos frias de amor
Aquecendo as minhas mãos
Dona da luz
Que invade o meu coração.

.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Homenagem a Gde "Mário Gusmão"


Sr. Tempo Bom

Composição: DJ Hum / Thaíde

Que saudade do meu tempo de criança,
quando eu ainda era pura esperança,
eu via nossa mãe voltando pra dentro do nosso barraco,
com uma roupa de santo debaixo do braço.

Eu achava engraçado tudo aquilo,
mas já respeitava o barulho do atabaque,
E não sei se você sabe, a força poderosa que tem na mão
de quem toca um toque caprichado, santo gosta.

Então eu preparava pra seguir o meu caminho,
protegido por meus ancestrais.
Antigamente o samba-rock, blackpower, soul,
assim como o hip-hop era o nosso som.

A transa negra que rolava as bolachas,
a curtição do pedaço era o La Croachia,
eu era pequeno e já filmava o movimento ao meu redor,
coriografias, sabia de cor.

E fui crescendo rodiado pela cultura Afro Brasileira,
também sei que já fiz muita besteira,
mas nunca me desliguei, das minhas raízes,
estou sempre junto dos blacks que ainda existem.

sábado, 24 de novembro de 2007

Agora É Moda


Composição: Rita Lee

Agora é moda, sair nua em capa de revista
Agora é moda, pichar a vida de artista

Agora é moda, bionicar o corpo inteiro
Agora é moda, culpar o mercado estrangeiro
Dance, dance, dance - Dancei!

Agora é moda, poupar dinheiro pro futuro
Agora é moda, pegar alguém pulando o muro
Agora é moda, acontecer uma tragédia
Agora é moda, a inquisição da Idade Média
Dance, dance, dance - Dancei!

Agora é moda, matar pra não morrer de fome
Agora é moda, chauvinista pra ser homem
Agora é moda, ter vocação pra ser famoso
Agora é moda, saber que dói mas é gostoso
Dance, dance, dance - Dancei!

Agora é moda, economizar a gasolina
Agora é moda, coroa e cara de menina
Agora é moda, tentar salvar a natureza
Agora é moda, achar que tudo é uma pobreza
Dance, dance, dance - Dancei!

Agora é moda, chorar de tanto dar risada
Agora é moda, morrer na curva de uma estrada
Agora é moda, ser o dono da verdade
Agora é moda, dizer que amor não tem idade
Dance, dance, dance - Dancei!

Agora é moda, bancar o fino e educado
Agora é moda, dançar pra não ficar parado
Agora é moda, fazer novela de vanguarda
Agora é moda, chegar depois da hora marcada
Cheguei!
Dance, dance, dance - Dancei!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Anjo Meu


Olodum

Composição: Marquinhos Marques

Você conquistou com seus beijos
O meu carnaxe coração
Me deixando ilhado, pirado
E tão louco de amor

Injetou em meu corpo
Sensível o vírus da paixão
Me deixando sozinho na vida
Eu não te esqueço não
anjo meu

Ó anjo meu
Negro anjo
Ó anjo meu
Negro anjo

Volta pra mim volta
Volta pra mim volta
Volta pra mim volta
Pra mim

Você me conquistou
és o meu verdadeiro amor
Você me conquistou
és o meu verdadeiro amor

Bate o coração do Olodum
Tem baticum...
Tem baticum...

ZUMBI


O quilombo dos Palmares localizava-se na Serra da Barriga, no Estado de Alagoas. Estima-se que tenha sido fundado 1580, por escravos fugitivos de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia. Formado por inúmeras vilas ou mocambos - espécies de cidades cercadas, como as da idade média - o quilombo dos Palmares chegou a ter cerca de 20 mil habitantes.

Zumbi nasceu em um dos mocambos de Palmares em 1655. Ele era neto de Aqualtune, princesa congolesa que foi vendida como escrava. Aos seis anos de idade, Zumbi sobreviveu a um ataque ao quilombo. Sua vida foi poupada e entregue padre jesuíta português António Melo. Rebatizado "Francisco", Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim.

Mas, menos de 10 anos depois, Zumbi fugiu e voltou a Palmares. Aos poucos ele se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos 20 anos. Foi nessa época, em 1678, que o então governador da Capitania de Pernambuco ofereceu um acordo a Ganga Zumba, tio de Zumbi e líder dos Palmares.

Pela proposta do governador, liberdade de todos os escravos fugidos estava garantida se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa. Ganga Zumba aceitou a proposta, mas Zumbi não, e desafiou a autoridade do tio. Prometendo manter a luta à Coroa, Zumbi tornou-se o novo líder dos quilombolas. Uma outra corrente de historiadores defende que a passagem de comando deu-se de forma natural já que em muitas tribos africanas, a sucessão era de tio para sobrinho e não de pai para filho.

Zumbi manteve-se líder de Palmares por 15 anos. Até que em 6 de fevereiro de 1694, a capital de Palmares, o mocambo do Macaco, foi destruída pelo grupo liderado pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Um ano antes, o bandeirante assinara um acordo com o governador de Pernambuco, o Marquês de Montebelo, as condições para a invasão e destruição do quilombo.

No ataque, Zumbi foi ferido, mas conseguiu refugiar-se nas matas. Pouco se sabe sobre os quase dois anos que Zumbi passou refugiado. Estima-se que, em companhia de outros negros, tenha tentado erguer um novo quilombo, como o de Palmares, mas sem sucesso.

Até que em 20 de novembro de 1695, após ter sido supostamente por Antônio Soares, um antigo colaborador, Zumbi foi encurralado e morto pelo capitão Furtado de Mendonça em seu esconderijo, provavelmente localizado na Serra Dois Irmãos, onde hoje é o Ceará.

Zumbi teve sua cabeça cortada e entregue ao governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, que ordenou que fosse colocada em praça pública. Com a medida, Castro esperava acabar com a crença de alguns negros sobre a imortalidade de Zumbi. O ato também apaziguaria os ânimos dos fazendeiros que cobravam ações da Coroa contra a fuga de escravos.

Em março do ano seguinte, o mesmo Castro comentou o fato com o Rei em uma carta. "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."

Apesar das tentativas da Coroa Portuguesa, a figura de Zumbi continuou cercada de misticismo e bravura, e ainda hoje é cultuada.

domingo, 18 de novembro de 2007

Case-se comigo


Case-se comigo

Composição: Liminha e Vanessa da Mata

Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não pareça tão bom pedido
Antes que eu padeça
Case comigo
Quero dizer pra sempre
Que eu te mereço
Que eu me pareço
Com o seu estilo
E existe um forte pressentimento dizendo
Que eu sem você é como você sem mim
Antes que amanheça, que seja sem fim
Antes que eu acorde, seja um pouco mais assim
Meu príncipe, meu hóspede, meu homem, meu marido
Meu príncipe, meu hóspede, meu marido

Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não me apareça tão bom partido
Case-se comigo
Antes que eu padeça
Case comigo
Eu quero dizer pra sempre
Que eu te mereço
Que eu me pareço
Com o seu estilo
E existe um forte pressentimento dizendo
Que eu sem você é como você sem mim
Antes que amanheça, que seja sem fim
Antes que eu acorde, seja um pouco mais assim!

.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

7 DICAS PARA UMA MATURIDADE FELIZ


1. cuide do corpo - Pratique exercícios, alimentese com equilíbrio, consulte o médico regularmente.

2. mantenha-se ativo - Não se entregue: saia por aí, ingresse em uma ONG, em um grupo de pessoas com as mesmas afinidades que as suas.

3. alimente as relações sociais - Cultive seus amigos, crie ocasiões gostosas para reunir-se com eles.

4. cuide do seu parceiro - Nessa etapa da vida, nada mais importante que cuidar de sua relação a dois.

5. explore novos interesses - Redescubra o pintor dentro de você, aprenda um novo idioma etc.

6. abra-se ao mundo - Viaje sempre que possível ­ novos horizontes costumam nos rejuvenescer.

7. aceite novos desafios - Não encare a vida com aquele ar de “já vi tudo isso antes”.

.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Que Eu Também Não Entendo


Jota Quest

Composição: Fernanda Mello e Rogério Flausino

Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Prá que você possa entender
O que eu também não entendo...

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito prá ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir...

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranqüilo, tranqüilo...

Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também...

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranqüilo, tranqüilo...

Agora o que vamos fazer?
Eu também não sei!
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?

Estou aprendendo também...
.
.

sábado, 10 de novembro de 2007

Ingredientes q formam nossa personalidade:



Existem ingredientes básicos que formam a personalidade: origens e educação; obrigações diárias; interação com o mundo; sonhos e anseios. Como equilibrar essa mistura? Descubra nas próximas páginas...
  • Genética de bamba!
  • Armadilhas internas
  • Espelho, espelho meu
  • Em análise
  • Encruzilhadas
  • A receita

Afinal, quem é você?

Como seria uma vida sem espelhos? Sem registros de nossa própria aparência? Sem imagens, desenhos ou fotografi as de nós mesmos? Sem que soubéssemos o contorno do nosso perfil, a proporção da boca diante das sobrancelhas e nariz? O comprimento das orelhas, a coloração dos olhos? Veríamos todo o mundo, mas não nos veríamos.

O que seríamos, sem nos vermos?

Ou, pelo contrário: como seria uma vida cheia de espelhos? Se só pudéssemos ver nossa face em todas as outras faces? Muitos e muitos registros de nós, da nossa expressão? Tudo que olhássemos seria mudado por nosso modo de ver a vida, pelo jeito de falarmos, pelo jeito de ouvirmos? Não veríamos o mundo, apenas a nós mesmos.

O que seríamos, só nos enxergando e mais nada?

As hipóteses acima não são apenas suposições delirantes e distantes, como parecem. Elas representam realidades concretas do nosso universo. Relembre, você já pode ter agido assim (eu admito que já o fiz, e faço). No primeiro caso, como e quando isso se daria? Nas vezes em que mal nos enxergamos, ou pouco nos conhecemos para delimitar com certeza nossos reais dons e vontades. Fases sem nitidez, clareza, quando as obrigações cotidianas parecem tomar conta de tudo... Na outra banda, há momentos em que só enxergamos o mundo – e nossas relações nele – conforme o que queremos, e distorcemos tudo a nosso bel-prazer. A realidade que se adapte!

Situações opostas, verdade, e nem sempre freqüentes, mas que mostram uma ínfima parte do imenso universo que forma a personalidade de cada um. Nela, essência, heranças, aspirações, desejos e sonhos se misturam a relações, máscaras, responsabilidades, dores, alegrias... No meio dessa salada completa do tamanho do (seu) mundo, está a resposta para a pergunta da reportagem que você irá ler nas próximas páginas. Uma pergunta que também ultrapassa toda e qualquer letra impressa.

Quem somos nós, afinal?

Genética de bamba!

Sem sombra de dúvida, ao chorar o bebê recebe tudo de que precisa. Leite quentinho, troca de roupa, balanço do chocalho, atenção, abrigo, amor. Basta chorar, ou pedir, e voilá, lá vem mamãe ou papai atender as necessidades. Aos poucos, inevitavelmente, esse cenário muda. O bebê se torna uma criança e começa a participar daquela outra vida além do berço, o mundo dos adultos. Tem hora para comer, para dormir, para brincar, para deixar de usar fraldas. Além disso, ela passa a reproduzir o que vê, o que ouve, o que compreende e apreende da vida familiar. Copia tudo, mesmo porque seus genes a ajudam nessa tarefa. Explicação: por muito tempo se definiu que a personalidade nascia na infância, nos primeiros sete anos de vida. Mas estudos recentes, de algo conhecido como genética comportamental, afirmam que desde o momento em que seus cromossomos X e Y determinam seu sexo, seu lindo olhar e seu jeito de gingar, eles também influenciam as características do seu “perfil de personalidade”, como relata o psicólogo americano Steven Pinker no livro Tábula Rasa. Bom humor seria hereditário, assim como ouvido musical ou aquela inclinação à leitura. Mas não é só isso, claro.

Somada aos genes, é nessa convivência familiar e na necessidade de interação que a personalidade embrionária dá seus primeiros passos. “Suco”, a criança diz, e às vezes trazem suco, às vezes não. Por que, ora bolas, só às vezes? E se gritar, vem? E se chorar? E se sorrir, ou beijar, ou abraçar? A criança testa os caminhos, percebe que alguns não funcionam. Até que compreende como fazer pontes com a realidade exterior – e como pedir um suco, uma bola e, incrível, que seu pai brinque com ela mesmo com aquela cara de cansado. Em outros momentos, a criança não entende nada, se assusta, fica com medo – e cria proteções, barreiras contra o mundo. Por que não podia rir alto naquela casa grande chamada de igreja? Por que ficar de castigo por subir na mesa e se pendurar no lustre? “Nesses momentos difíceis de relação com o mundo, montamos defesas para proteger e esconder as emoções. Nascem nossas máscaras”, diz a psicóloga e terapeuta corporal Maria das Graças Casarsa, especializada em Core Energetics, terapia focada em dissolver bloqueios emocionais utilizando o corpo como instrumento de diagnóstico.

Armadilhas internas

Mesmo com essa característica protetora, as máscaras são funcionais e nos ajudam a estabelecer formas de comunicação. Com elas, vestimos inúmeros códigos sociais. Nos adaptamos às regras de comportamento do ônibus escolar, do trânsito estafante, do vôo intercontinental. Registramos nossa identidade, usamos carteira com documentos, pagamos as contas (quase) em dia, conversamos com clientes, vendemos nosso peixe, enviamos e-mails, paqueramos, amamos, brigamos. “A personalidade com máscaras não tem um caráter negativo, pois essa estrutura apresenta o indivíduo, com seus dons e suas aspirações, ao ambiente social”, explica Elizabeth Zimmermann, presidente da Associação Junguiana do Brasil.

Mas no quesito “quem somos nós?” é preciso dizer que esses instrumentos da persona têm sua contra-indicação. Seriam um pouco intrometidos e surgiriam mesmo quando não fossem convidados para a cena. Para completar, durariam por toda a vida. Quer um exemplo? Esse é clássico. Lá está você levando aquela bronca da(o) esposa(o), mesmo quando você é que está com a razão. Em vez de retrucar, dialogar, debater, se encolhe, assustado, pois foi assim que você se safou quando levava um pito de igual porte da(o) sua (seu) mãe (pai), nos idos da infância. A máscara já não é mais útil, mas aparece mesmo assim. Imagine que isso aconteça muitas e muitas vezes, até o ponto – seja na idade que for – em que você cria uma imensa máscara, para tudo e para todos. Antes de qualquer agressão, melhor se defender, não? Ficar em uma bolha emocional, auto-isolante das fortes emoções do mundo. E incapaz de mostrar a si mesmo, tão automatizado que estaria. Como os peixes que são vendidos em feiras, nadando presos em sacos plásticos com água. E agora? É isso? Isolado e acabou? Talvez seja melhor abrir a couraça, não? “Quando começamos a sentir as amarras que algumas máscaras trazem, começa o processo de reconstrução de sua personalidade, de uma forma mais aberta às emoções. E começamos a expressar a nós mesmos de forma mais verdadeira”, diz Maria das Graças Casarsa.

Espelho, espelho meu...

Mas como descobrimos essas tais amarras? Existe algum tipo de manual para achar nossas travas, nossos escudos? Na fala de todos os especialistas consultados, as dicas são simples. De certa forma, o espelho vai nos ajudar. A princípio, deixe de lado o que está no banheiro e use um tirado da sua imaginação. Quando não se sentir bem e sua relação consigo mesmo não estiver tão boa, reveja suas atitudes, como se estivesse vendo um filme. Como naquele dia em que, digamos, você queria tanto ter terminado o relatório, mas foi protelando o trabalho até ser tarde demais para fazê-lo durante o expediente. Levou o trabalho para casa, mas no meio do caminho encontrou uns amigos, parou e resolveu deixar para o outro dia, antes da primeira hora. Então a noite dá lugar a uma nova manhã, mas a cama estava daquele jeito, no ponto, e nada de você levantar cedo. Começa o expediente, e lá vai você duplamente atrasado inventar para a chefia que teve um problema em casa, mas que logo termina tudo. Nesse exemplo trivial, a máscara está nas mentiras que você mesmo se prega. E nas desculpas esfarrapadas que inventa para si e para os outros sobre seu desempenho profissional.

E, em se tratando dos outros, pode acreditar que suas relações podem ser de extrema valia para você se enxergar melhor. Sem exageros ou mansidão. Se todo mundo fala que você é organizado, talvez valha a pena dar crédito a isso. Você pode ser, sim, dessa forma. Mas a questão maior que envolve as máscaras é se você é organizado para os outros verem e falarem disso e você abrir sua cauda de pavão, ou se você é organizado de verdade. Aliás, tudo que faz parte do seu universo exterior vai, de um jeito ou de outro, refletir uma parte de você. No outro extremo das suposições, o carro bagunçado e sujo pode ter múltiplos significados. Um, você está sem dinheiro e tempo para lavar a máquina. Pronto, sem drama. Dois, você não liga para sujeira e é bagunçado por natureza. Ok, tudo certo. Três, você entra em crise com aquela bagunça, que parece dizer que toda sua vida está uma zoeira. Existem mais opções, claro. Anote a sua. E, quando possível, bata um papo com alguém que possa ouvi-lo com um pouco de isenção. Para mim, um diálogo desse tipo aconteceu de surpresa, mas foi importantíssimo. Conto no próximo parágrafo.

Em análise

Já passa de 12 anos que Marcelo conversa, sem parar, com pessoas de todos os tipos. Faz parte da sua rotina, e além de tudo é algo que lhe dá prazer. Escuta com paciência, anota os trechos mais importantes, espera a deixa correta e fala. Muito, por sinal. Sempre com o mesmo tom de voz, com olhar de amigo, gesticulando de forma animada. Afinal, ele é médico e está lá com os ouvidos atentos e a verve inspirada para ajudar, cuidar. Precisa ser franco o tempo todo, e assim o é com apenas uma exceção. Um assunto que ele menciona para poucos (“porque poucos entendem”, como ele diz), mas que percebe em todos: as pessoas se apegam às suas próprias aflições. E olhe que ele não está falando de doenças ou sintomas físicos, mas de um modo de viver a vida em desarmonia e criar repetidas vezes problemas e inquietudes. Foi isso que ele me mostrou, sobre mim mesmo. Estava lá na minha ficha, pude conferir, estupefato. Após oito anos de consultas, retornos, abandonos, freqüências e tratamentos, eu voltava ao consultório para repetir as queixas. Uma dor aqui, outra acolá, todas causadas pelo mesmo jeito de viver. Pelo jeito que criei ou, até, pelo jeito que eu sou – e isso é difícil de admitir.

Ao olhar suas anotações, cheias de frases que pontuaram minhas consultas, percebi que não havia remédio que pudesse melhorar minhas dores, a não ser eu mesmo. Mas por quais motivos criara um modus vivendi que me trazia preocupações, dores, ansiedade? Isso veio ao encontro de muitas leituras que fiz para esta reportagem, e a resposta me atingiu em cheio, dando nó nas entranhas. “Todos temos uma propensão a nos auto-enganar. Ela reside na capacidade que temos de sentir e de acreditar de boa-fé que somos o que não somos”, diz Eduardo Gianetti em Auto-engano. Ou, em outras palavras, podemos muitas vezes buscar mudanças e até o autoconhecimento, sem nunca arredar pé da estaca zero. Conhecer a si mesmo exigiria um pouco de isenção, para não dizer humildade, para ver nossos defeitos. E depois muita vontade para mudá-los. “Vontade para viver bem”, como disse o médico Marcelo Jovchelevich. Nesse momento, lembrei-me da teoria de uma pessoa que considero de bem com a vida, o precursor da ioga no Brasil, professor Hermógenes, que inventou o termo “egoesclerose”. Dessa forma ele classifica como “iludidas” as pessoas que se vêem muito acima do que são.

E isso é preciso ser dito, caro leitor. Se você vai pesquisar a si mesmo, pode ser que se dê conta de comportamentos e vícios emocionais que não lhe agradem. Eu com certeza não gostei de muitos insights que tive durante a pesquisa desse assunto. Tanta coisa nada bacana em mim, bem diferente do que eu projetava no espelho, do que via de cima do pedestal. A boa nova lhe falo pessoalmente, sem recorrer a experts: tropeçar nesses entraves me trouxe mais para o chão, e a vida ficou mais real. Com muito mais poesia e sabedoria, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) deixou registrado, em seu clássico Além do Bem e do Mal, um consolo para esses momentos de descoberta: “Quando a alma jovem, martirizada por puras desilusões, finalmente se volta desconfiada sobre si mesma (...), como se enraivece então, como se vinga por sua demorada auto-obcecação, com se ela tivesse sido uma cegueira voluntária! (...) Nessa transição (...) compreendemos que tudo isso era ainda juventude!” Ou seja, muita calma nessa hora! A palavra maturidade, não importa o número de velinhas que sopre em seu aniversário, ajuda na exploração interior. “Identificar quais emoções tentamos esconder por trás das máscaras, como vergonha, medo, orgulho, é o primeiro passo”, diz Maria das Graças. “Quando descobrir algo, trabalhe a questão sem pressa. Não se trata de passar de ano, é seu processo de reforma, de encontro. Faça no seu ritmo”, orienta a psicóloga.

Encruzilhadas

Sem tanta parcimônia, algumas defesas que temos simplesmente evaporam após intensas experiências que não nos deixam opções, a não ser sentir “pra valer” a vida. Como nos emblemáticos ritos de passagem – o nascimento, o casamento, a morte, o renascimento –, cheios de vivências tão transformadoras. Não era exatamente o que Tiche Vianna buscava, mas para ela o gravíssimo acidente de carro que sofreu dez anos atrás trouxe um incrível renascimento. A morte rondou sua vida, e por um tempo ela “quase não retornou” do longo coma. Quando acordou, veio resoluta: para continuar a viver, faria de cada instante uma experiência urgente e imprescindível. “Eu simplesmente não tive escolha. Fui obrigada a aumentar a intensidade do que vivia, ou estaria morta”, diz. Nesse novo batismo, ela pôde enfrentar inúmeras barreiras internas – principalmente porque ela é bastante familiarizada com o tema. Tiche ensina a seus alunos da companhia de teatro Barracão, em Campinas, como desenvolver suas próprias máscaras. Até por saber bem como foi difícil remover algumas barricadas emocionais, Tiche faz questão de se manter inquieta, sem se acomodar. “O mais importante para mim foi reconhecer os passos que dei na vida, assim como os que não tive coragem de dar. Com isso, aprendi que sem riscos não há vida.”

Outro inquieto com quem pude conversar foi Federico Marmori, um italiano simpático que nasceu em Roma, tem casa em Paris e faz doutorado na China. Prefere comer pouco, mas sua família não vê sentido nisso. A cada visita que faz a seus tios passa, praticamente, todo seu tempo com eles à mesa, seja por um dia, um fim de semana ou mais. Pão, vinho e saladas em demasia não o impedem de ser submetido a um ou dois pratos (enormes) de pasta fumegante, com muito molho, em cada uma das refeições. Federico não se importa, chega a ser um momento nostálgico para ele, que mudou todos os hábitos familiares em nome de uma saúde equilibrada. Tudo começou em uma viagem que fez ao Nepal, quando tinha 18 anos (hoje ultrapassa os 50, sem definir em quanto). “Foram meses e meses andando por estradas lamacentas, experimentando provações. Para conseguir comida e abrigo, me comunicava através de sinais. Muitas vezes dormi ao relento, observando as estrelas, e a solidão sem fim daquela jornada mudou minha vida completamente”, conta.

Até hoje, quando começa a falar de experiências de vida, Federico sempre cita essa viagem – feita há mais de 30 anos. E complementa: “Um dia, faço de novo. Foi ali que descobri quem eu era, adquiri os hábitos que me norteiam e decidi estudar plantas medicinais”. Através de uma simples escolha – realizar uma longa viagem –, Federico traçou um novo molde para sua vida, diferente do que recebera na educação paterna, e que se mantém firme e forte, apesar dos apelos. Que não vêm só da família, diga-se de passagem. Influências e sugestões recebemos de todos os lados, da mídia e da indústria da propaganda. Existem muitas propostas de alienação, que passam pelas roupas que precisamos vestir para estar na moda e chegam aos restaurantes a que precisamos ir para sermos vistos e comentados. “É preciso olhar para sua própria vida e construir seus próprios significados. O cultivo da própria personalidade é uma iniciativa que irá ajudar na construção da realidade que você decide viver, e não a que os outros lhe impõem. Um cidadão de bem, aliás, deve ajustar a sincronia da sua vida a si mesmo”, diz Marcos Ferreira, membro do Conselho Nacional de Psicologia.

A receita

A receita

Bem, aqui estamos a poucas linhas do fim da reportagem. Se eu conseguisse arriscar uma só dica que fosse a campeã para a investigação da persona, eu falaria que mudar a freqüência seria a chave para vermos aquilo que, muito provavelmente, está escrito na nossa cara. Em correspondência a isso, mover a câmera da nossa percepção por dentro, por fora, em nós e nos outros. Rever nosso “fundo das emoções”, questionar a beira rasa dos hábitos diários. Anotar gostos, desgostos, afetos, preferências, manias, gírias, cacoetes. Experimentar dizer diferente, falar de outra forma, sentir o que se sente. Aceitar nossas semelhanças, valorizar nossas particularidades. Em suma, ver, de verdade. “Ousar saber quem se é para poder repensar a vida e tornar-se quem se pode ser”, como afirma Gianetti em seu livro citado anteriormente.

Mas eu, definitivamente, abro mão de saber qual seria o caminho das pedras nessa busca tão pessoal. Prefiro que pensemos juntos em um enorme painel. Onde você pudesse colocar todas as fotos que tem de você mesmo (e as que já perdeu ou rasgou ou xingou e jogou fora). Junto a elas, não economize: anexe as imagens de pessoas importantes de sua vida. Isso, deixe o mural completo, sem faltar nada nem ninguém. E faça de conta que ele existe, digamos, em alguma parede da sua casa. Uma que estivesse no seu caminho quando fosse deixar o recinto, ir para a rua e encarar a labuta. Todos os dias você escolheria uma foto. Em um dia, você olharia para a parede de fotos e seria, novamente, uma criança a jogar bola com os moleques da rua. Noutro dia, voltaria a ser parte da turma da faculdade, cantando a pleno pulmão um dos hits daquela época.

E em um belo dia, sem mais nem menos, você seria apenas o ponto zero, o que não está escrito, o que não foi feito nem fotografado ainda. Seria o ator principal da sua próxima imagem, aquela que você construísse, com consciência, para si e para o exame do mundo. Enfim, um dia, seria você o autor da sua própria identidade, da sua própria vida. Dono da sua imagem.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Pense nisto, viver é tão bonito...


O Falo da Fala

Olodum

Composição: Valmir Brito / Alberto Pita / Tania Santana

Eles foram renegados Do berço da pátria mãe Injustamente exilados E nada nos discompõe de ser O tempo passa e vem à tona Precurssores da liberdade Caetano, Gil, Gal e Bethânia Capinam e Tom Jobim Chico Buarque a ser Tropicália...Tropicalismo A.. Pense nisso, a.. viver é tão bonito A praça, o palco, o povo e a sua Expressão de soberania Unindo a força continua A luta pra não se deixar vencer Ostenta o povo a lealdade São cantos de felicidade a mais a ser Tropicália...Tropicalismo A.. Pense nisso, a.. viver é tão bonito Parabólicas pro Gantuá Computadores no Opó Afonjá Tropicalistas poetas de luz Do falo da fala Ao pó que nos reduz Tropicália...Tropicalismo Pense nisso viver é tão bonito.

O que dá sentido a vida...


"Não sei...
se a vida é curta ou longa demais pra nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que acaricia,
desejo que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não
seja nem curta, nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira,
pura...enquanto durar....“

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tamo

(tarde feliz, rememorar e renovar)

Composição: Dé/Bebel Gilberto/CazuzaQuando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo, que medo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto

sábado, 3 de novembro de 2007

Pontes Indestrutíveis


Charlie Brown Jr

Composição: Indisponível

Buscando um novo rumo que faça sentido nesse mundo
louco com o coração partido
Tomo cuidado para que os desequilibrados não abalem
minha fé pra eu enfrentar com otimismo essa loucura
Os homens podem falar mais os anjos podem voar
Quem é de verdade sabe quem é de mentira.
Não menospreze o dever que a consciência te impõe não
deixe pra depois valorize a vida

Resgate suas forças e se sinta bem, rompendo a sombra
da própria loucura.
Cuide de quem corre do seu lado e de quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura

Fragmentos da realidade estilo mundo cão, tem gente
que desanda por falta de opção.
Toda fé que eu tenho tô ligado que ainda é pouco
Os bandidos de verdade tão em Brasília tudo solto
Eu faço da dificuldade a minha motivação
A volta por cima, vem na continuação.
O que se leva dessa vida é o que se vive o que se faz
Saber muito é muito pouco, "Stay Will" estejam e paz.

O que importa é se sentir bem, o que importa é fazer o
bem
Eu quero ver meu povo todo evoluir também.
O que importa é se sentir bem, o que importa é fazer o
bem
Eu quero ver meu povo todo prosperar também.
O que importa é se sentir bem, o que importa é fazer o
bem
Eu quero ver meu povo todo evoluir também.
O que importa é se sentir bem...

Resgate suas forças e se sinta bem, rompendo a sombra
da própria loucura.
Cuide de quem corre do seu lado e de quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura

Difícil é entender e viver no paraíso perdido
Mais não seja mais um iludido
Derrotado e sem juízo Então

Resgate suas forças e se sinta bem, rompendo a sombra
da própria loucura.
Cuide de quem corre do seu lado e de quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura

O que importa é se sentir bem, o que importa é fazer o
bem
Eu quero ver meu povo todo evoluir também.
O que importa é se sentir bem, o que importa é fazer o
bem
Eu quero ver meu povo todo prosperar também.
O que importa é se sentir bem, o que importa é fazer o
bem
Eu quero ver meu povo todo evoluir também.
O que importa é se sentir bem...

Viver, viver e ser livre,
Saber dar valor para as coisas mais simples
Só o amor constrói pontes indestrutíveis.
.
.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Dostoiévski


Pouco antes de morrer, Dostoiévski voltou novamente ao homem-idéia pois entendia-o como a encarnação maléfica das pulsões modernas; o ateísmo, o liberalismo, o socialismo e o niilismo, que ameaçavam sua Santa Rússia ortodoxa. Desta vez esse personagem ressurge nos Irmãos Karamazov, de 1879, na figura do filho mais velho de Fiodor Karamazov, Ivan. O pai, o velho Karamazov, um incorrigível libertino, um canalha completo, terminou assassinado por um servo, seu filho bastardo, chamado Smerdiakov, que confessa a Ivan que o que motivou para o crime foi um artigo que soube ter ele escrito no qual defendia a idéia de que "se Deus não existe, tudo é permitido".

Na inexistência de um Criador, de um grande ser moral, o homicida Smerdiakov não se via um degenerado, nem mesmo um abominável parricida, mas sim um daqueles homem-deus aos quais tudo é possível. Aterrorizado pela confissão do seu meio-irmão, atacado por culpas mil, Ivan mergulha numa febre nervosa em que, em meio a uma alucinação, até o demônio dialoga com ele.

O ser ideológico

Dostoiévski foi o primeiro grande nome das letras do século passado a perceber a emergência do moderno homem-idéia, dos seres ideológicos, os quais vivem, matam e morrem em função de uma causa desvinculada de injunções religiosas. Como cristão convicto, chegando por vezes ao fundamentalismo, tentou combatê-los fazendo com que, em seus romances, eles se vissem atacados por terríveis dilacerações depois de terem cometido seus crimes, mostrando-os vítimas de delírios, de convulsões, tendo sua vida transformada num inferno. O jovem Raskolhnikov entrega-se à polícia e, na prisão, dá os primeiros passos para reencontrar-se com o Cristianismo. Nikolai Stavroguin, deixando uma impressionante confissão, suicida-se, enquanto que Ivan Karamazov simplesmente enlouquece, arrasado pelas conseqüências do seu artigo ateu.


...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

EU (Pato Fu)


Composição: Frank Jorge, Marcelo Birck,
Alexandre Ograndi, Carlo Pianta

Eu...queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
alguma coisa sobre mim

Quando acontece um grande amor
assim como você e eu
o tempo passa por nós dois
não lembro o que aconteceu

Eu...queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
alguma coisa sobre mim

Mas nem por isso vou ficar
a questionar os erros meus
Você precisa procurar
Achar o que você perdeu

Eu...queria tanto encontrar
Uma pessoa como eu
A quem eu possa confessar
alguma coisa sobre mim

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Coisas que eu sei


Composição: Dudu Falcão

Eu quero ficar perto de tudo o que eu acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência, meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio-relógio mostra o tempo errado... aperte o ‘Play’

Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista, não aceito turistas
Meu mundo tá fechado pra visitação

Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa... é a minha lei

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais... depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro do que eu desenhei

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar... eu já comprei

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando to a fim

Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes eu somente não sabia...(repete)
Agora eu sei

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Minhas Irmãs




Estive em falta alguns dias, é que minha mente tirou férias de mim.

Mas tenho anjos, planto sonhos, amo de verdade, dou abraço de urso, faço surpresas, uso meu humor ácido
(é só colocar Pó Royal, q diminui a acidez, aprendi na TV).

Assim, quando achei que tava protegida e sossegada na minha toca de caranguejo (canceriana)
Eis que sugem os alfojors argentinos!!!! (desculpem meninas!)
Quis dizer uma Fada e um Anjo da Guarda.
Resumindo: levei um "freio de arrumação" na mente e vi que minha carcaça e minha puãs ainda dão pro gasto. Saí pro mar, onde Iemanjá, abraça quem tem irmãos puros, limpos e perfeitos e orienta a maré vazante a crescente e a cheia.

Não vou agradecer, não tem explicação.
...

Paz Interior

Composição: Édson Trindade

Já não dependo das loucuras
Já encontrei o que fazer
Agora sei outra verdade
Estou vivendo com prazer
de viver

Eu agora
já não dependo de você

Voltou o brilho dos meus olhos
Voltou a paz interior
No universo em desencanto
Que reencontrei com muito amor
racional

E agora
chegando o bem
se afasta o mal
..

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

vai mentindo sua Cruz


Sorri

Composição: Charles Chaplin/G.Parson/J. Turner - versão: Braguinha

Sorrir
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorrir
Quanto tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorrir
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doloridos
Sorrir
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Louca, sem q nem pra que muito menos pq.Cansada.


Amar em Vão - Pitty

Hey! Me diz, por que eu já não sei quem sou
Nem me lembra mais do que passou
Vou correr atrás do que me restou
De fé quero o que é bom pra mim
Não é bom me iludir

O meu coração já não quer mais sofrer...
Ei ei ei ei

Se eu me magoar outra vez
Não amo mais ninguém
Uhuuu
Quero de volta a luz que eu mesma apaguei
Esquecer do mundo..
Cansei!
Eu só quero alguém que seja tudo que eu sonhei...
Hey ei ei

De amar em vão
Cansei, cansei
De amar em vão , cansei

É hora de aprender a viver
Perceber, o céu azul
Do que valeu tanto amor se só ficou
Somente a dor
Me ferir de novo assim
De modo algum
Não me deu valor nenhum

Nem sei, o que me deu
Eu nem sei, só sei
De amar em vão, cansei!Cansei
De amar em vão, cansei!

De amar em vão, de amar em vão
Eu...
Cansei... cansei...

Infelizmente eu me enganei
Me entreguei
Ai meu Deus e como eu amei
Agora me revoltei

De amar em vão, de amar em vão
Eu...
Cansei... cansei...

domingo, 21 de outubro de 2007

(apneia) in Porto Seguro

Kid Abelha - Nada Sei (apneia)

Nada sei dessa vida/Vivo sem saber/Nunca soube, nada sabereiSigo sem saber...
Que lugar me pertence/Que eu possa abandonar/Que lugar me contém/Que possa me parar...
Sou errada, sou errante/Sempre na estrada/Sempre distante/Vou errando/Enquanto tempo me deixar/Errando/Enquanto o tempo me deixar...
Nada sei desse mar/Nado sem saber/De seus peixes, suas perdas/De seu não respirar...
Nesse mar, os segundos/Insistem em naufragar/Esse mar me seduz/Mas é só prá me afogar...
Sou errada, sou errante/Sempre na estrada/Sempre distante/Vou errando/Enquanto o tempo me deixar/Errando/Enquanto o tempo me deixar...
Sou errada, sou errante/Sempre na estrada/Sempre distante/Sou errada, sou errante/Sempre na estrada/Sempre distante/Vou errando/Enquanto o tempo/Me deixar passar/Errando/Enquanto o tempo me deixar...

...


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

ONDE IR?


Composição: Vanessa da Mata

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem (não vem)

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem (não vem)

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007


Ain't No Sunshine

Akon

Ain't no sunshine when she's gone
It's not warm when she's away
Ain't no sunshine when she's gone
She's gone much too long
Any time she goes away

Ain't no sunshine when she's gone
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't no home
Anytime she goes away


I know
She's gone to stay
It's breakin' me up
Anytime she goes away
Gotta leave the young thing alone
There ain't no sunshine when she's gone



Ain't No Sunshine(tradução)

Akon

Composição: Indisponível

Não é nenhuma luz do sol quando é ida Não está morna quando está ausente Não é nenhuma luz do sol quando é ida É muito demasiado longa ida Quando parte Não é nenhuma luz do sol quando é ida Queira saber se for ida e permanecer Não é nenhuma luz do sol quando é ida E esta casa apenas não é nenhum repouso Quando parte


terça-feira, 16 de outubro de 2007

Corpo e Mente

MOVIMENTAR O CORPO FAZ A MENTE DANÇAR.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007


Canção do dia de sempre
Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como essas nuvens do céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

(MÁRIO QUINTANA)

domingo, 14 de outubro de 2007

LORENA ADANO CAMPOS


Jorge Ben Jor

Composição: Indisponível

Bom bom bom Re ré re ré re ré Explosão emoção Explendor reação Glória, independência e amor Bom bom bom Bom bom Re ré re ré re ré Energia E o presente que eu dou Para você, para você Meu amor Energia Energia essa que vem do céu Que vem do sol, que vem da lua Que lhe protege em casa E nas ruas Energia Que vem também dos elementos Que vem da terra, que vem do vento Que vem do fogo que vem da água Que vem da música Que vem da cor Que vem do amor Bom bom bom Re ré re ré re ré

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

PULSOS


Composição: Pitty

E um dia se atreveu A olhar pro alto Tinha um céu mas não era azul No cansaço de tentar, quis desistir Se é coragem eu não sei. Tenta achar que não é assim tão mal Exercita a paciência Guarda os pulsos pro final Saída de emergência. E um dia desistiu, quis terminar Só mais um gole, duas linhas horizontais Sem a menor pressa, Calculadamente Depois do erro, a redenção! Tenta achar que não é assim tão mal Exercita a paciência Guarda os pulsos pro final Saída de emergência.

.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Tatoo Flor Cerejeira


A flor de cerejeira tem um significado especial: é conhecida como a flor da felicidade. A sua floração é comemorada no Hanami, nos meses de março e abril. É o momento de sair da introspecção do inverno e se abrir para o mundo, florescer o espírito e festejar.

Acreditar na Palavra


Bezerra da Silva

Composição: Cláudio Inspiração / Roxinho

Se você acreditar na palavra
Que Jesus é a porta, luz, caminho e verdade
Sua vida se transformará
Em um rio de amor e de felicidade

Assim como já suportou provações
Eu também vou suportar
Segurando na mão do meu Deus
Jamais o mal vai me alcançar
Na hora de atribulações clamando a Jesus eu pude perceber
Que tudo na vida é força
Somente a palavra de Deus tem poder

Se você acreditar na palavra
Que Jesus é a porta, luz, caminho e verdade
Sua vida se transformará
Em um rio de amor e de felicidade

Eu que vivia no mundo perdido, iludido, sem direção
Clamei a meu Deus que é fiel lá do alto do céu ele me deu a mão
Até mesmo os meus inimigos que pensaram ter vencido meu Pai não deixou
É por isso que hoje eu canto por todos os cantos pro meu SALVADOR.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

PARABÉNS SUPER MÃE


Composição: Michael Sullivan

Tudo pode ser, se quiser será
O sonho sempre vem pra quem sonhar
Tudo pode ser, só basta acreditar
Tudo que tiver que ser, será

Tudo que eu fizer
Eu vou tentar melhor do que eu já fiz
Esteja o meu destino onde estiver
Eu vou buscar a sorte e ser feliz
Tudo que eu quiser
O cara lá de cima vai me dar
Me dar toda coragem que puder
Que não me falte forças pra lutar
Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
Todos somos um
E juntos não existe mal nenhum
Vamos com você
Nós somos invencíveis, pode crer
O sonho esta no ar
O amor me faz cantar
.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ragga


Ragga é um gênero de música eletrônica surgido através de influências do Dancehall, na Jamaica, em meados dos anos 80, sendo Wayne SmithUnder Mi Sleng Teng). considerado o primeiro a gravar uma música no estilo (

O Ragga assemelha-se ao reggae, porém partes da instrumentação (ou a maioria vasta dela) são digitais. O estilo é geralmente associado com o dancehall. “Ragga” é a abreviação para o “raggamuffin,” originalmente um termo usado pela juventude do ghetto de Kingston; Por causa dos custos relativamente baixos de ritmos feitos por sintetizadores, o ragga transformou-se a modalidade preferida para muitos produtores Jamaicanos, também os permitiu fugir da idéia de “Roots” o ragga não precisava ser feito com a mesma fé que os rastas usavam para compor um reggae. Embora o ragga seja ligado nas mentes de muitos com o deejay que brinda os cantores com fortes batidas, os cantores dirigem-se freqüentemente a interesses românticos e de Rastafari, e os dois estilos vocais são misturados freqüentemente. O primeiro registro do ragga era Wayne Smith 1985 único “about me Sleng Teng” que foi produzido por King Jammy e construído em torno de um ritmo que foi descoberto ser pré-programado em um teclado Casio. Seu impacto era imediato. Durante os anos 90's o ragga remanesceu firmemente como o som mais popular para os dancehalls Jamaicanos. Começou a incorporar técnicas de amostragem do hip-hop, e diversos de seus artistas marcaram batidas do cruzamento nos ESTADOS UNIDOS; o ragga era também uma influência importante na cena prosperando da selva/drum'n'bass do Reino Unido.

Lista abreviada dos maiores cantores de ragga do mundo

  • Rasnando
  • Jah Baga
  • Ninjaman
  • Supercat
  • Papa San
  • Anthony B
  • Sizzla
  • Capleton
  • Damian Marley
  • Stephen Marley
  • Ragga Muffianismo
  • Baby Cham
  • Junior Reid
  • Buju Banton
  • Mr. Vegas
  • Mad Lion
  • Spragga Benz
  • Pato Banton
  • Al Beeno
  • Beenie Man
  • Bounty Killer
  • Charlie Chaplin (music)|Charlie Chaplin
  • Cocoa Tea
  • Cutty Ranks
  • Daddy Freddy
  • DJ Collage
  • Elephant Man
  • Lady G
  • Lady Saw
  • Wayne Wonder
  • Ini Kamoze
  • Ragga Oktay
  • Papa Dee
  • Sean Paul
  • Spice
  • Toaster Eddie
  • Tanya Stephens
  • Shabba Ranks
  • Tony Rebel
  • Rupee (Soca artist)|Rupee
  • Shaggy
  • Shinehead
  • Wayne Smith (musician)|Wayne Smith
  • Snow (musician)|Snow
  • Tippa Irie
  • Vybz Kartel
  • Irie
  • Yellowman
  • Barrington Levy
  • Patra (singer)|Patra
  • Junior Kelly
  • Ragga Saw
  • Tony Matterhorn
  • General Levy
  • General Degree
  • Apache Indian
  • Skindred
  • Natty congo
  • Fidel Nadal
  • Voice Mail
  • Macka Diamond
  • Wayne Marshall
  • Buju Banto
  • Mad Cobra